As reações de hipersensibilidade a medicamentos (fármacos) são comuns na prática clínica. O diagnóstico é acaba sendo complexo, principalmente em pacientes que fazem uso de vários medicamentos.
A presença de anticorpos IgE específicos a um fármaco com uma história clínica compatível, possui um importante valor preditivo. Esta abordagem, porém tem valor limitado quando aplicado à maioria das drogas, pois reações a medicamentos podem se apresentar como urticária, angioedema, broncoespasmo, etc., sem ter a participação de IgE.
Desta forma, a interpretação dos resultados precisa ser criteriosa. Um teste negativo não exclui a alergia, assim como um resultado positivo demonstra a sensibilização, mas nem sempre indica a doença alérgica.
Nas alergia a drogas pode se observar um resultado negativo em pacientes que são hipersensíveis nas seguintes condições:
-Sintomas mediados sem o envolvimento de IgE;
-Amostra coletada menos de 2 semanas depois da reação alérgica. O teste deve ser repetido 2 semanas após, para confirmar o resultado;
-A amostra foi coletada muito tempo depois de ter ocorrido a última reação alérgica. Verificou-se que a concentração de IgE diminui ao longo do tempo.
O ciprofloxacino é um agente antibacteriano do grupo das fluoroquinolonas, com um amplo espectro de ação contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. A ação bactericida deste antibiótico resulta da inibição da topoisomerase bacteriana do tipo II (DNA girase) e topoisomerase IV, necessárias para a replicação, transcrição, reparo e recombinação do DNA bacteriano. O ciprofloxacino é utilizado no tratamento de infecções variadas como pneumonias, otite, septicemia, entre outras.
A interpretação de IgE específica deve ser associada a anamnese e outros exames complementares do paciente. A presença de IgE detectável não indica, necessariamente, doença alérgica, tampouco sua ausência a exclui.