O líquido cefalorraquidiano (LCR) é formado principalmente pelos plexos coróides, mas ocupa as cavidades ventriculares do sistema nervoso central, os espaços subaracnóides, espinhal, perivasculares, perineurais e o canal central da medula. Nos adultos cerca de 20 mL de fluído são produzidos a cada hora. O líquor desempenha diversas funções: protege contra traumatismos e movimentos bruscos, exerce função imunológica e representa um veículo para excreção e difusão de substâncias. O LCR é um fluído límpido e incolor, com raros elementos figurados e características bioquímicas e imunológicas próprias. Apresenta-se opalescente e turvo pelo aumento de bactérias, fungos, hemácias e leucócitos. A cor é resultante da presença de bilirrubina, hemácias, hemoglobina, leucócitos ou proteínas. Na hemorragia subaracnóidea, o aspecto é hemorrágico, vermelho turvo. O aspecto do sobrenadante após centrifugação, nas hemorragias se apresenta xantocrômico, já nos acidentes apresenta-se límpido. A meningite consiste basicamente na inflamação das meninges, uma fina estrutura anatômica que cobre intimamente o cérebro e a medula espinhal. Essa infecção ocorre dentro do espaço subaracnóideo, situado entre as camadas aracnóidea e piamáter, e que é ocupado pelo LCR. O LCR circula nas cavidades ventriculares e no espaço subaracnoídeo do cérebro e da medula espinhal, retornando ao sistema circulatório sanguíneo através das vilosidades subaracnóideas que se projetam dentro do sinus sagital superior, o qual atravessa o revestimento interno do crânio. Nos adultos a cada dia são produzidos 400 a 600 mL de LCR. A um dado momento, o volume normal de LCR é de 10 a 60 mL em récem-nascidos e de 100 a 160 mL nos adultos. O diagnóstico clínico da meningite bacteriana é feito em função de sintomas tais como febre, dor de cabeça, vômito, rigidez de nuca, disfunção cerebral e toxemia. Lesões petéquiais podem ocorrer como prenúncio de infecção meningocócica.