O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus da família Flaviviridae. O vírus normalmente não é transmitido entre os humanos, embora a transmissão sexual tenha sido relatada. Os vetores são mosquitos do gênero Aedes, que transferem o patógeno através da picada. Os primatas não humanos são os reservatórios do vírus.
Relatados pela primeira vez em países Africanos, grandes surtos nos últimos anos ocorreram em regiões tropicais e subtropicais da Ásia e ilhas do Pacífico. Porém, mais recentemente um número crescente de infecções foram encontradas na América Latina.
Na maioria dos casos, a infeção pelo ZIKV é amena, com sintomas quase idênticos aos de Dengue ou Chikungunya. Após um período de incubação de 5 a 10 dias, uma síndrome gripal se desenvolve, com presença de febre, erupção cutânea, artralgia, mialgia, dores de cabeça e conjuntivite.
Durante os surtos de ZIKV em 2014 na Polinésia e em 2015/2016 na América Latina, registou-se um aumento significativo de doenças neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré. E especialmente no Brasil, um número excepcionalmente elevado de bebês nasceram com microcefalia, um distúrbio crânio encefálico.
A relação entre uma infeção por ZIKV e a ocorrência de doenças neurológicas ou deformidades fetais é considerada praticamente comprovada. Não há tratamento específico para infeções por ZIKV. Uma opção para a profilaxia é a proteção contra picadas do mosquito.
Uma vez que a deteção direta do vírus ou componentes do vírus só é possível durante a viremia, e o curso da doença é relativamente leve, normalmente existe uma procura tardia por atendimento médico, o que impacta na detecção da sorologia para o ZIKV. Uma vez que a sorologia tem um alto significado diagnóstico.
Os anticorpos específicos podem ser claramente detectados poucos dias após o início dos sintomas. A deteção de anticorpos IgM específicos ou um aumento significativo do título de anticorpos IgG específicos indicam uma infecção aguda por ZIKV. Possíveis reações cruzadas de anticorpos contra outros flavivírus como Dengue, Nilo Ocidental, febre amarela ou TBE após infecção ou vacinação devem ser levadas em consideração na interpretação dos resultados do teste.