A enzima lactato desidrogenase (LDH) encontra-se em todas as células do organismo, mais concretamente no citoplasma. Visto a concentração de LDH nos tecidos ser 500 vezes superior à existente no plasma, a ocorrência de danos numa pequena porção de tecido pode conduzir a um aumento significativo na atividade de LDH no soro. Por conseguinte, o principal papel do LDH total reside na detecção de pequenas lesões nos tecidos. Atividades de elevada especificidade da enzima podem ser observadas no fígado, músculo cardíaco, sistema músculo esquelético, rins e eritrócitos. O infarto do miocárdio está habitualmente associado a uma elevação de 3 a 4 vezes do total de LDH; aumentos semelhantes no LDH podem ocorrer na miocardite, arritmias cardíacas, cardioversão elétrica e substituição de prótese de válvula. Após substituição de prótese de válvula, existe uma correlação estreita entre o nível de LDH e o reduzido tempo de sobrevivência dos eritrócitos. A determinação do LDH representa um método confiável na quantificação da extensão da hemólise. Nas lesões do fígado podem ser observadas elevações da atividade de LDH, não sendo, no entanto, tão importantes como os aumentos na atividade da aminotransferase. As concentrações são, sobretudo, elevadas (10 vezes acima do limite normal) na hepatite tóxica acompanhada de icterícia; níveis ligeiramente inferiores podem ser observados na hepatite viral e mononucleose infecciosa. A relação LDH/AST pode ser utilizada para diferenciar a icterícia pré-hepática, provocada pela hemólise ou diseritropoesis, da icterícia hepática. Um nível elevado de LDH também pode ser observado na atrofia muscular espinal de Aran-Duchenne e Kugelberg-Welander, dermatomiosite, polimiosite e como resultado de exercício físico intenso. Outras doenças que podem originar níveis elevados de LDH incluem infarte renal, febre hemorrágica coreana, doença glomerular crônica, síncope, embolia/insuficiência pulmonar e anemias hemolíticas e megaloblásticas.